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São Luís (MA), 2 de maio de 2024

Na corrida para o STF, Sarney é o novo aliado de Dino!

Ex-rivais políticos de peso, Flávio Dino e José Sarney se falaram e, agora, o cacique político do MDB deve usar de toda a sua influência para destravar eventuais resistências no Senado ao escolhido por Lula para ser ministro do STF.
Flávio Dino e Sarney: Ex-adversários, agora tocam juntos na mesma banda… (foto O Imparcial)

Ex-rivais políticos de peso, Flávio Dino e José Sarney se falaram e, agora, o cacique político do MDB deve usar de toda a sua influência para destravar eventuais resistências no Senado ao escolhido por Lula para ser ministro do STF. Segundo a revista VEJA e jornal O Globo, logo após o anúncio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça passou a ter o ex-presidente da República José Sarney, de 93 anos, como seu cabo eleitoral.

Flávio Dino construiu uma parte importante de sua carreira política na oposição a José Sarney e seu clã no Maranhão. Prova de que, entre poderosos, nada é para sempre — nem as mágoas —, um dos primeiros atos de Dino, ao ser indicado ao STF por Lula, foi conversar com Sarney e pedir seu apoio.

Sarney não só se comprometeu a ajudar o rival como saiu telefonando para senadores da sua ampla rede de influência em defesa de Dino.

Um dos abordados por Sarney foi o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga. Na quarta, ele disse a Dino que a bancada de onze senadores fará uma reunião na véspera da sabatina na CCJ do Senado e fechará questão para votar unida para aprová-lo ao Supremo.

Dino se reaproximou de Sarney nas últimas duas semanas. Para conseguir chegar ao STF, Flávio Dino precisa de 41 votos no Senado. Levantamento publicado pelo jornal O Globo aponta que o ministro da Justiça ainda não tem os votos suficientes para passar, primeiro, pela Comissão de Constituição e Justiça, onde será sabatinado, e depois – passando aqui -, pelo plenário.  Em tese, faltariam 17 votos para que ele consiga ter sua indicação ratificada pelo Senado. Para parlamentares da base, Dino terá entre 48 e 55 votos no plenário da Casa, mas há resistências…

Em 2018, José Sarney reclamou da “perseguição” de Dino, então governador do Maranhão, que usava o nome Sarney para atacar Roseana na campanha eleitoral. “O governo atual, a minha impressão é que tem os olhos no retrovisor, só olha para trás e o escolhido é o Zé Sarney. Coitado de mim! Nesta idade, era para ser respeitado”, reclamou Sarney.

Em resposta, Dino foi ainda mais duro com Sarney, dizendo que ele adotava a “vitimização como retórica do desespero”. “É síndrome de abstinência de dinheiro público, de privilégios. Eles sempre tiveram acesso amplo aos cofres públicos para seus negócios e para manter seus luxos”, contra-atacou.

O ministro da Justiça, que foi governador do Maranhão por dois mandatos, esteve por muitos anos do lado oposto ao clã Sarney no espectro político, derrotando inclusive a ex-governadora Roseana Sarney, hoje deputada federal, nas eleições de 2018. Desde 2020, porém, Dino e Sarney, pai, vêm se aproximando.

O ponto de partida foi a morte de Sávio Dino, pai do ministro da Justiça, vítima da pandemia de covid-19. De lá para cá, Dino contou com o voto do ex-presidente da República para ingressar na Academia Maranhense de Letras e, nas eleições de 2022, costurou o apoio do PV, presidido localmente por Adriano Sarney, neto do emedebista, a Carlos Brandão, nome de Dino para o governo do estado.

Vale lembrar que Flávio Dino já chamou para junto de si o senador pedetista Weverton Rocha, que disputou o governo na eleição passada, fazendo oposição ao grupo de Flávio Dino. Weverton foi designado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Elcolumbre, para ser o relator, ali, da sabatina que os membros da CCJ farão com Dino.

Em solenidades e eventos oficiais realizados em Brasília, a proximidade entre os dois políticos maranhenses fica evidente. Na posse do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, Dino e Sarney foram flagrados conversando em alguns momentos. Quando foi presidente da República, Sarney nomeou cinco ministros para o Supremo: Carlos Madeira, que também era maranhense, Celso Borja, Paulo Brossard, Sepúlveda Pertence e Celso de Mello.

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