Indagado pelo apresentador José Luiz Datena na noite desta sexta-feira se seria capaz de “dar um golpe e fechar o país”, o presidente Jair Bolsonaro se limitou a dizer que “quem quer dar o golpe jamais vai falar que quer dar”. Este foi mais um sinal do desprezo do mandatário pelas instituições democráticas, e chega em um momento no qual ele é amplamente criticado pela forma desastrada com que vem minimizando a pandemia do coronavírus.
Em entrevista de mais de uma hora, Bolsonaro também minimizou o número de mortes por Covid-19 no país. “Alguns vão morrer, vão morrer, lamento, é a vida. Não pode parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito”, afirmou.
Ele também voltou a chamar a crise de “histeria”. “Fui muito criticado lá atrás quando falei que era histeria [a pandemia], e agora muita gente tá vendo que era histeria sim”, afirmou, sem mencionar os mais de 23.000 mortos pela doença no mundo inteiro. Ele também elogiou os governadores que estão afrouxando o fechamento do comércio e estimulando o retorno a uma situação de normalidade “porque [o confinamento] não deu certo”. Estudos recentes apontam que a política de isolamento social adotada em São Paulo tem ajudado a achatar a curva de contágio pelo vírus.