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São Luís (MA), 26 de março de 2024

Análise: irreconhecível, Flamengo joga em marcha lenta e castigo deixa lições para final do Carioca

Em semana onde clássico com Fluminense perdeu espaço para disputa por transmissão e assédio do Benfica a Jesus, time "abre mão" de 45 minutos e esbarra na falta de inspiração

Adjetivos não faltam para a atuação do Flamengo na final da Taça Rio. Difícil vai ser apontar algo positivo em uma noite totalmente atípica para o torcedor que acostumou-se a ver o time de Jorge Jesus atropelando adversários. O revés nos pênaltis para o Fluminense surge como sinal de alerta para um clube que deixou o futebol em segundo plano na última semana.

Fosse pelas disputas jurídicas pelos direitos de transmissão ou pelo assédio do Benfica a Jorge Jesus, a mobilização rubro-negra passou longe do desempenho no clássico decisivo. E o desvio de foco parece ter contaminado um time que praticamente abriu mão de 45 minutos da final.

Que o Flamengo é consideravelmente superior ao Fluminense, acredito que nem mesmo os tricolores são capazes de negar. Até por isso, o time de Odair Hellmann compensou muito a disparidade técnica na base da dedicação. Começou a partida a mil por hora diante de um adversário que jogava como se o placar fosse ser construído naturalmente. Não foi.

Com quatro finalizações contra duas no primeiro tempo, o Fluminense não somente igualou as ações como foi mais perigoso. Gilberto desperdiçou chance clara de cabeça na frente de Diego Alves, mas nem assim o Flamengo despertou. O castigo veio em lance parecido e gol do lateral-direito.

Jorge Jesus não falou sobre assédio do Benfica após a partida — Foto: André Durão

Everton Ribeiro e Arrascaeta desperdiçavam a posse de bola com facilidade incomum, enquanto Bruno Henrique e Gabigol não se encontravam por mais que se movimentassem. O Flamengo que tanto desperdiçou oportunidades contra Bangu, Boavista e Volta Redonda sequer conseguiu colocar Muriel para trabalhar. Um desastre.

Na volta do intervalo, o time de Jorge Jesus se mostrou mais ligado, mas ainda longe da performance habitual. Com exceção de Rodrigo Caio, Filipe Luís e Gerson, os jogadores erraram muito individualmente, e as bolas aéreas se tornaram a opção mais prática.

Foram dez cruzamentos no segundo tempo (além de cinco escanteios) em estratégia que deu certo na tentativa de pressionar o Fluminense, mas insuficiente para evitar os pênaltis. Pedro empatou, Gerson tirou tinta da trave e Bruno Henrique desperdiçou duas chances claríssimas.

Nas penalidades, os erros de Willian Arão, Léo Pereira e Rafinha só confirmaram o castigo para um time que abriu mão de 45 minutos em um jogo que esteve longe de ser prioridade nos últimos dias. Fica a lição para os 180 minutos finais.

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