"No extensions, no more grace periods — August 1st, the tariffs are set. They'll go into place. Customs will start collecting the money," says Secretary @howardlutnick.
— Rapid Response 47 (@RapidResponse47) July 27, 2025
"The President's definitely willing to negotiate and talk to the big economies." pic.twitter.com/e0UnzoZr9N
O recado foi dado pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista neste domingo (27). Brasil está entre os países taxados, com tarifas de 50%. Lutnick, afirmou que as tarifas impostas pelo país entrarão em vigor no dia 1º de agosto, “sem prorrogações”.
A declaração, em entrevista à emissora americana Fox News, foi divulgada pelo perfil oficial da Casa Branca neste domingo (27), na rede social
“Sem prorrogações, sem mais períodos de carência — em 1º de agosto, as tarifas serão definidas. Elas entrarão em vigor. A Alfândega começará a arrecadar o dinheiro”, garantiu.
Questionado especificamente sobre as negociações para um acordo com a União Europeia, Lutnick afirmou que o bloco precisa abrir seus mercados para as exportações dos EUA para convencer o presidente norte-americano a retirar as tarifas de 30% estabelecidas.
Mas logo depois, o próprio Trump anunciaria o fechamento de acordo com a União Européia, com a taxação caindo de 30% para 15%, após se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, da Escócia.
“A União Europeia vai concordar em comprar dos Estados Unidos US$ 150 bilhões em energia”, disse Trump. De acordo com ele, a UE também concordou em investir US$ 600 bilhões nos EUA. Trump afirma que acordo com o bloco é “o maior já feito”.
O acordo é semelhante ao fechado com os demais países que conseguiram diálogo com a Casa Branca, como o Japão.
A medida irá “reequilibrar, mas permitir o comércio de ambos os lados”, disse Ursula, reconhecendo a necessidade de balancear a relação.
Relação ‘não tem sido boa’, justificou Trump sobre tarifas de 50%
No dia 23, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que aplicou tarifas de 50% a países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”. Embora não tenha sido citado diretamente, o Brasil está entre eles.
No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao presidente Lula (PT) anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Ele justificou a medida com argumentos políticos e comerciais. Relembre mais abaixo.
Nesta quinta-feira, durante evento em Washington D.C., Trump afirmou que estabeleceu tarifas que variam de 15% a 50% para pressionar outros países a abrir seus mercados.
“Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso”, afirmou.
Veja a lista de afetados:
- África do Sul: 30%
- Argélia: 30%
- Bangladesh: 35%
- Bósnia e Herzegovina: 30%
- Brasil: 50%
- Brunei: 25%
- Camboja: 36%
- Canadá: 35%
- Cazaquistão: 25%
- Coreia do Sul: 25%
- Filipinas: 20%
- Indonésia: 32%
- Iraque: 30%
- Japão: 25%
- Laos: 40%
- Líbia: 30%
- Malásia: 25%
- México: 30%
- Mianmar: 40%
- Moldávia: 25%
- Sérvia: 35%
- Sri Lanka: 30%
- Tailândia: 36%
- Tunísia: 25%
- União Europeia: 30%
Tarifa para o Brasil
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O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa sobre inteligência artificial durante a cúpula “Winning the AI Race”, em Washington D.C., em 23 de julho de 2025 — Foto: REUTERS/Kent Nishimura
Ao anunciar a tarifa de 50% ao Brasil, Trump afirmou que a decisão de aumentar a taxa foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
“[Isso ocorreu] como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro”, escreveu Trump.
Ainda na carta, Trump também mencionou Jair Bolsonaro e voltou a dizer que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas”.
Por fim, o presidente americano afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. “Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”, escreveu.
Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos. Ao longo desse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões (equivalente a R$ 484 bilhões na cotação atual).
Desde então, o governo brasileiro tem se reunido com empresários e avalia como reagir à medida anunciada por Trump. O presidente Lula já criticou o republicano em diversas ocasiões e disse que ele “não foi eleito para ser o imperador do mundo”.