
Como uma das consequências, o CNJ iniciou o julgamento para aplicar as sanções administrativas disciplinares pertinentes ao caso, que tem como uma das envolvidas a desembargadora Nelma Celeste de Souza Silva Sarney, irmã do ex-presidente Sarney. “Operação 18 Minutos”, foi como batizou a Polícia Federal um trabalho que investigou um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no judiciário maranhense, cujos beneficiários teriam amealhado milhões e milhões de reais rateados entre desembargadores, juízes, advogados e outras partes envolvidas, que negam as acusações, apesar das evidências mostradas pela PF.
Assim, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já iniciou nesta sexta-feira (5) e até o dia 12 de setembro de 2025, uma sessão virtual destinada ao julgamento de processos administrativos disciplinares, envolvendo desembargadores e juízes de primeira instância do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), envolvidos no esquema descoberto pela tal “Operação 18 Minutos”.
A pauta da sessão virtual do CNJ inclui o Processo Administrativo Disciplinar nº 0003578-24.2025, que trata de acusações contra os magistrados do TJMA. Entre os investigados estão os desembargadores Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga Almeida Filho e Nelma Celeste de Souza Silva Sarney Costa, além dos juízes Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa. Todos foram afastados de suas funções pelo TJMA desde agosto de 2024, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A propósito, o CNJ só está julgando os aspectos e as conseuências administrativas para a Justiça; o processo segue tramitando no STJ que continurovra o trabalho de reunir o maior número de provas que incriminem os investigado e, depois, indiciá-los.
A Operação “18 Minutos” revelou um esquema em que magistrados manipulavam processos judiciais para beneficiar empresas, resultando em alvarás de valores milionários. Em um dos casos – e o que inspirou a PF a nominar a operação -, um ex-funcionário do Banco do Nordeste foi aliciado para entrar com uma ação contra a instituição financeira, resultando no pagamento de R$ 14 milhões em apenas 18 minutos. Segundo apontou a PF, os recursos eram então divididos entre os envolvidos, principalmente magistrados e advogados.