O excêntrico bilionário teria intensificado o uso de ketamina, cogumelos e ecstasy enquanto se aproximava de Trump e enfrentava batalhas judiciais
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Chesnot/Getty Images

De saída de uma intensa passagem no governo de Donald Trump, o bilionário Elon Musk está no centro de uma controvérsia. O jornal norte-americano The New York Times, um dos mais importantes do país, revelou que o dono da SpaceX e da rede social X, o antigo Twitter, teria intensificado o uso de drogas psicodélicas e estimulantes enquanto se tornava um aliado próximo de Trump na corrida presidencial do ano passado. Ao mesmo tempo, Musk enfrentava um cenário familiar caótico, com múltiplas disputas judiciais envolvendo a guarda de seus filhos.
Conforme a reportagem, Musk, consumia quantidades elevadas de ketamina, substância cujo uso contínuo pode causar sérios danos à bexiga e à saúde mental. Além disso, ele estaria usando ecstasy e cogumelos alucinógenos com frequência, inclusive em eventos nos EUA e fora do país.
Ainda que o empresário tenha dito anteriormente que usa ketamina sob prescrição médica para tratar depressão, fontes próximas dele contaram ao jornal que o consumo era quase diário — e muitas vezes recreativo.
A FDA, agência reguladora de medicamentos dos EUA, alerta que o uso prolongado da substância pode causar dissociação da realidade, dependência e problemas físicos.
O NYT chamou a atenção para o comportamento errático de Musk durante suas aparições públicas. Em eventos ligados à campanha de Trump, o bilionário insultou membros do governo, fez gestos comparados ao nazismo e deu declarações confusas.
O bilionário chegou a participar da equipe de transição do republicano e assumiu funções dentro da Casa Branca, antes de anunciar sua saída da política na última quarta-feira (29/5).
Nesta sexta-feira (30/5), durante coletiva de imprensa, onde o presidente norte-americano, Donald Trump, oficializava a saída de Elon Musk do governo, o comportamento considerado “estranho” do empresário chamou mais atenção de muita gente do que o assunto tratado.
Conflitos familiares e batalhas judiciais
Além do envolvimento com drogas, a reportagem também escancara a vida pessoal turbulenta de Musk. O empresário já tem pelo menos 14 filhos com quatro mulheres diferentes e enfrenta disputas judiciais com ex-parceiras, incluindo a cantora Grimes, com quem tem três filhos.
Ela acusa Musk de violar um acordo que previa manter os filhos longe dos holofotes ao levá-los a eventos como reuniões na Casa Branca.
Outra ex-parceira, a escritora Ashley St. Clair, revelou ter tido um filho com Musk em segredo. Ela recusou uma oferta milionária do bilionário para manter o caso em sigilo e entrou com um processo pedindo reconhecimento oficial de paternidade e pensão. Musk, por sua vez, buscou na Justiça uma ordem de silêncio, alegando riscos à segurança do filho.
Críticas de aliados e ex-amigos
O comportamento público do empresário também causou rupturas com antigos aliados. Sam Harris, filósofo e ex-amigo, disse em uma newsletter que Musk promove desinformação e difama pessoas em sua rede social.
Já o neurocientista Philip Low criticou publicamente o gesto similar ao nazismo feito por Musk em um evento, acusando-o de ultrapassar limites éticos.
Na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em fevereiro, Musk apareceu com uma motosserra — símbolo da “guerra contra a burocracia” do presidente argentino Javier Milei — e fez um discurso desconexo, entre risadas e lapsos de fala, levantando suspeitas sobre o uso de substâncias naquele momento.
“Siga em frente”
Tanto Elon Musk quanto seus representantes legais não responderam aos pedidos de comentário feitos pelo New York Times. Durante coletiva com Donald Trump, o bilionário se limitou a desacreditar a reportagem e pediu que os jornalistas “seguissem em frente”.