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São Luís (MA), 26 de outubro de 2025

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Áudios vazados seriam vingança contra Dino por operação da PF no Maranhão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (09.set) o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). | Sérgio Lima/Poder360 - 09.set.2025 STF-PauloGonet-AlexandreDeMoraes-LuizFux-CarmemLucia-FlavioDino-CristianoZanin-09Set2025
Adversários querendo sempre chamar para o centro do ringue o ministro do STF, Flávio Dino

Segundo matéria de O Globo, aliados do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino têm atribuído a divulgação de áudios com políticos próximos do ministro discutindo um suposto acordo em troca de medidas judiciais a uma vingança do grupo do governador, Carlos Brandão (sem partido), em razão de uma operação da Polícia Federal (PF) sobre deputados estaduais de sua base parlamentar.

Na leitura desses “dinistas”, pessoas do entorno de Brandão teriam associado indevidamente o ministro à ação da PF, que prendeu suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio do dinheiro de emendas estaduais da Secretaria de Cultura.

A exibição dos áudios por um deputado estadual bolsonarista na Assembleia Legislativa do Estado deflagrou uma crise política que já levou à demissão de dois secretários de Brandão e ainda enredou no escândalo dois deputados federais, um secretário-executivo do governo Lula e um desembargador federal.

Vice de Dino em seus dois mandatos à frente do estado, Brandão rompeu com o ex-chefe e já vinha se distanciando de seu grupo político.

Na semana passada, deputados estaduais que integram a base do governador foram alvo de um operação da Polícia Federal que prendeu três pessoas, incluindo uma assessora parlamentar, que haviam acabado de sacar R$ 400 mil destinados a um projeto cultural em uma agência do Banco do Brasil na frente do Palácio dos Leões, sede do governo estadual, em São Luís, e a cerca de 100 metros da Secretaria da Cultura.

O esquema, de acordo com a PF, envolvia o desvio de emendas da secretaria estadual para eventos culturais que, na prática, nunca eram executados. O dinheiro era sacado em espécie e distribuído entre os envolvidos, incluindo parlamentares. O volume subtraído dos cofres públicos já passa de R$ 2 milhões, segundo o G1.

Embora os recursos envolvidos sejam estaduais e a operação seja da Polícia Federal, aliados de Dino no estado avaliam que a ação foi tomada na política local como se tivesse sido encomendada ou fomentada por ele, o que teria levado ao vazamento dos áudios pelo grupo do governador.

Na leitura desses “dinistas”, o fato de a secretaria ser área de influência da cunhada de Brandão, Audreia Noleto, pode ter levado à retaliação por parte do grupo do governador.

Procurado por nossa equipe, o ministro respondeu através de sua assessoria de imprensa que não comenta assuntos de natureza política, nem decisões de outros magistrados.

Já o governo Brandão afirma que os fatos investigados pela PF não têm qualquer relação com o governo estadual, que teria se limitado a cumprir sua obrigação ao repassar emendas impositivas para instituições culturais listadas pelos deputados como destinatárias dos recursos.

Como mostramos, os áudios expostos na Assembleia Legislativa do Maranhão mostram trechos de conversas em que os deputados federais Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Márcio Jerry (PCdoB-MA), o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Diego Galdino, e o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) Ney Bello – todos aliados de Dino – supostamente discutem termos e condições impostos por Dino para selar a paz com a ala liderada por Brandão.

Um dos pontos centrais envolve o apoio do governador a um candidato a prefeito apoiado pelo grupo em Colinas (MA) na eleição de 2024 em troca da liberação de ações do STF que questionam indicações para o Tribunal de Contas do Maranhão relatadas por Dino – que nega peremptoriamente ter discutido o assunto e classifica a hipótese como “absurda”.

O deputado bolsonarista Yglesio Moysés expôs os áudios na tribuna da Assembleia Legislativa maranhense e nas suas redes sociais na última terça-feira (21), quatro dias após a operação da PF.

A ação da PF foi deflagrada no último dia 17, após a corporação ser acionada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou a regularidade dos saques suspeitos. Foi presa em flagrante uma assessora parlamentar da deputada estadual Andreia Rezende (PSB). As parlamentares Helena Duailibe (PP) e Cláudia Coutinho (PDT) são citadas em documentos encontrados pelos agentes.

Fontes no entorno do governador questionam a cronologia dos aliados de Dino. Interlocutores de Brandão afirmam que os áudios já circulavam nos bastidores semanas antes da operação da PF e lembram que os deputados Márcio Jerry e Rubens Júnior chegaram a encaminhar no último dia 13 ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), um ofício solicitando que supostos grampos no Maranhão fossem investigados pela PF.

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