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São Luís (MA), 13 de outubro de 2025

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Prêmio Nobel de Literatura 2025 vai para escritor húngaro

Imagem colorida de autor ganhador do Nobel literatura 2025

O Prêmio Nobel de Literatura 2025 foi concedido ao autor húngaro László Krasznahorkai. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (9/10) e, segundo a própria premiação, Krasznahorkai recebeu o prêmio “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”.

Escritor épico da tradição centro-europeia, László Krasznahorkai realizou obras que se estendem de escritores como Kafka a Thomas Bernhard e “é caracterizado pelo absurdo e pelo excesso grotesco”, segundo o Nobel.

“Mas há mais em seu arco, e ele também olha para o Oriente, adotando um tom mais contemplativo e finamente calibrado”, informou a página oficial da premiação.

O escritor nasceu em 1954 na cidade de Gyula, no sudoeste da Hungria, em uma área rural remota, semelhante ao cenário do seu primeiro romance, Sátántangó, publicado em 1985. O romance retrata um grupo de moradores desamparados em uma fazenda coletiva abandonada no interior da Hungria, pouco antes da queda do comunismo.

Krasznahorkai foi reconhecido “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”.

Ele escreveu cinco romances e ganhou vários outros prêmios literários, incluindo o Prêmio Internacional Man Booker de 2015 e o prêmio de melhor livro traduzido de ficção de 2013 por seu primeiro romance Sátántangó, uma obra pós-moderna sobre o fim do mundo.

Ele é o segundo autor húngaro a receber o prêmio depois do falecido Imre Kertesz, que venceu em 2002.

Nascido em 1954, Krasznahorkai ganhou reconhecimento em 1985 quando publicou Sátántangó, adaptado para o cinema em 1994.

O drama em preto e branco, da cineasta húngara Bela Tarr, é notável por suas sete horas de duração.

Outros livros de Krasznahorkai incluem Melancolia da resistência (1989), Guerra e Guerra (1999) e Seiobo There Below (2008).

O Prêmio Nobel de Literatura descreveu Krasznahorkai como “um grande escritor épico na tradição da Europa Central que se estende de Kafka até Thomas Bernhard e é caracterizado pelo absurdismo e pelo excesso grotesco”.

Seu livro de 2021, Herscht 07769, foi descrito como um grande romance alemão contemporâneo, devido à sua precisão em retratar a agitação social do país pouco antes da pandemia.

É um retrato de uma pequena cidade contemporânea em Thüringen, na Alemanha, atormentada pela anarquia social, assassinato e incêndio criminoso.

A editora britânica The Serpent’s Tail descreve o enredo do romance, dizendo que “o gentil gigante Florian Herscht é um órfão, adotado por um neonazista que o treinou como limpador de grafites.”

O chefe, um fanático por Bach, está furioso porque alguém está pintando emblemas de lobos nos monumentos dedicados ao famoso compositor em sua cidade no leste da Alemanha.

Tanjil Rashid, do jornal The Guardian, descreveu-o como “sombrio do início ao fim”.

O mais recente romance satírico de Krasznahorkai, Zsömle Odavan, regressa à Hungria.

O protagonista é o tio Józsi Kada, de 91 anos, que tem uma reivindicação secreta ao trono, mas fez de tudo para desaparecer do mundo.

Imagem do vencedor do nobel da literatura, Krasznahorkai, atrás de uma janela, em branco e preto
“Krasznahorkai é um grande escritor épico da tradição centro-europeia que se estende de Kafka a Thomas Bernhard”, afirmou o presidente do comitê do Nobel

Melancolia e apocalipse

A escritora americana Susan Sontag descreveu o novo Nobel como um mestre do “apocalipse”, que é um dos principais temas abordados na maior parte de sua literatura.

Krasznahorkai começou a desenvolver sua carreira literária na universidade, onde estudou literatura e língua.

Mas então chegou sua estreia literária em 1985 com Sátántangó, um romance, para muitos críticos com uma narrativa “visionária”, sobre um grupo de pessoas que vivem isoladas do mundo em um vilarejo rural onde um homem tem poder sobre seus habitantes.

A inclusão da palavra “tango” no título tem a ver com o fato de os capítulos compreenderem os passos, seis para frente e seis para trás, desse ritmo musical. Também se destaca por seus capítulos de um único parágrafo, sem interrupções.

Lá também começou uma parceria criativa com o diretor Béla Tarr. Foi feita uma adaptação para o cinema, em preto e branco, com duração de cerca de sete horas.

Depois veio Melancolia da resistência, um romance que retrata outro dos grandes temas de sua obra: a crítica ao comunismo que governou seu país por mais de 40 anos.

O romance, publicado em 1989, conta a história de um circo que chega a uma cidade que tem apenas um número: uma baleia embalsamada. Muitos críticos viram isso como uma alegoria ao sistema comunista que, na época, estava em declínio na Europa.

Além do filme (intitulado As harmonias de Werckmeiste, também filmado por Tarr), foi feita uma versão em ópera.

Esses dois títulos lhe renderam reconhecimento internacional.

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