Coluna do Tácio Lorran (Metrópoles) revelou que Gustavo Gaspar, braço-direito do senador Weverton Rocha (PDT-MA), assinou procuração que dá poderes ao “homem da mala” do Careca do INSS para sacar valores.

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) pediu a convocação do empresário e ex-assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA), Gustavo Gaspar, para depor como testemunha à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O requerimento foi apresentado nesta segunda-feira (22/9).
A coluna revelou que Gustavo Gaspar assinou uma procuração que dá poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela Polícia Federal (PF) como o “homem da mala” do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, para movimentar e sacar valores das contas da empresa GM Gestão Ltda. O ex-assessor é considerado braço-direito e homem de confiança de Weverton, de quem já havia pedido a convocação.
No documento, obtido pela coluna, Gustavo Gaspar confere “amplos poderes” a Rubens Oliveira – que prestou depoimento à CPMI do INSS nesta segunda – para representar uma das empresas dele em quaisquer estabelecimentos bancários, “com a finalidade de abrir, movimentar e encerrar contas”, “fazer depósitos, retiradas, transferências e aplicações” e “receber, emitir, assinar, endossar e descontar cheques”.

Kim Kataguiri argumentou que o depoimento dele é necessário para elucidar a relação entre essa empresa e a movimentação financeira suspeita do “homem da mala” do Careca do INSS e os motivos para ter assinado a procuração em favor de Rubens Oliveira Costa. O deputado pediu, ainda, que Gustavo Gaspar detalhe a relação com o lobista, visto como uma das peças centrais do esquema de fraude.
Além disso, quer apurar a participação de Weverton Rocha ou do gabinete dele na Farra do INSS, revelada pelo Metrópoles. A ideia é esclarecer a “cadeia de comando” na fraude bilionária contra aposentados e pensionistas.

A procuração ainda permite que o “homem da mala” do Careca do INSS represente Gustavo Gaspar perante empresas públicas, privadas e órgãos governamentais, podendo até mesmo assinar contratos. A CPMI negocia para que o lobista, preso pela PF, preste depoimento nesta semana.
“A convocação de Gustavo Gaspar é, portanto, medida indispensável para o avanço das investigações, a elucidação da materialidade e autoria dos crimes e a responsabilização dos agentes políticos e empresariais envolvidos”, frisou Kim Kataguiri.
Gustavo Gaspar foi assessor do senador de 2019 a 2023. Nesse período, esteve lotado no gabinete da liderança do PDT no Senado, com salário de R$ 17,2 mil. Weverton só o exonerou após o jornal “O Estado de S.Paulo” revelar que o empresário era um funcionário fantasma da Casa.
O que diz a defesa de Gustavo Gaspar
À coluna, o ex-assessor declarou que a relação com Rubens Oliveira se restringiu à esfera profissional, tendo-o contratado para regularizar questões burocráticas e tributárias da GM Gestão Ltda.