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São Luís (MA), 31 de julho de 2025

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Trump cada vez mais disposto a “castigar” Brasil com tarifaço

O recado foi dado pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista neste domingo (27). Brasil está entre os países taxados, com tarifas de 50%. Lutnick, afirmou que as tarifas impostas pelo país entrarão em vigor no dia 1º de agosto, "sem prorrogações".

O recado foi dado pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista neste domingo (27). Brasil está entre os países taxados, com tarifas de 50%. Lutnick, afirmou que as tarifas impostas pelo país entrarão em vigor no dia 1º de agosto, “sem prorrogações”.

A declaração, em entrevista à emissora americana Fox News, foi divulgada pelo perfil oficial da Casa Branca neste domingo (27), na rede social

“Sem prorrogações, sem mais períodos de carência — em 1º de agosto, as tarifas serão definidas. Elas entrarão em vigor. A Alfândega começará a arrecadar o dinheiro”, garantiu.

Questionado especificamente sobre as negociações para um acordo com a União Europeia, Lutnick afirmou que o bloco precisa abrir seus mercados para as exportações dos EUA para convencer o presidente norte-americano a retirar as tarifas de 30% estabelecidas.

Mas logo depois, o próprio Trump anunciaria o fechamento de acordo com a União Européia, com a taxação caindo de 30% para 15%, após se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, da Escócia.

“A União Europeia vai concordar em comprar dos Estados Unidos US$ 150 bilhões em energia”, disse Trump. De acordo com ele, a UE também concordou em investir US$ 600 bilhões nos EUA. Trump afirma que acordo com o bloco é “o maior já feito”.

O acordo é semelhante ao fechado com os demais países que conseguiram diálogo com a Casa Branca, como o Japão.

A medida irá “reequilibrar, mas permitir o comércio de ambos os lados”, disse Ursula, reconhecendo a necessidade de balancear a relação.

Relação ‘não tem sido boa’, justificou Trump sobre tarifas de 50%

No dia 23, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que aplicou tarifas de 50% a países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”. Embora não tenha sido citado diretamente, o Brasil está entre eles.

No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao presidente Lula (PT) anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Ele justificou a medida com argumentos políticos e comerciais. Relembre mais abaixo.

Nesta quinta-feira, durante evento em Washington D.C., Trump afirmou que estabeleceu tarifas que variam de 15% a 50% para pressionar outros países a abrir seus mercados.

“Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso”, afirmou.

Veja a lista de afetados:

  • África do Sul: 30%
  • Argélia: 30%
  • Bangladesh: 35%
  • Bósnia e Herzegovina: 30%
  • Brasil: 50%
  • Brunei: 25%
  • Camboja: 36%
  • Canadá: 35%
  • Cazaquistão: 25%
  • Coreia do Sul: 25%
  • Filipinas: 20%
  • Indonésia: 32%
  • Iraque: 30%
  • Japão: 25%
  • Laos: 40%
  • Líbia: 30%
  • Malásia: 25%
  • México: 30%
  • Mianmar: 40%
  • Moldávia: 25%
  • Sérvia: 35%
  • Sri Lanka: 30%
  • Tailândia: 36%
  • Tunísia: 25%
  • União Europeia: 30%

Tarifa para o Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa sobre inteligência artificial durante a cúpula "Winning the AI Race", em Washington D.C., em 23 de julho de 2025 — Foto: REUTERS/Kent Nishimura

O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa sobre inteligência artificial durante a cúpula “Winning the AI Race”, em Washington D.C., em 23 de julho de 2025 — Foto: REUTERS/Kent Nishimura

Ao anunciar a tarifa de 50% ao Brasil, Trump afirmou que a decisão de aumentar a taxa foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

“[Isso ocorreu] como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro”, escreveu Trump.

Ainda na carta, Trump também mencionou Jair Bolsonaro e voltou a dizer que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas”.

Por fim, o presidente americano afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. “Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”, escreveu.

Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos. Ao longo desse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões (equivalente a R$ 484 bilhões na cotação atual).

Desde então, o governo brasileiro tem se reunido com empresários e avalia como reagir à medida anunciada por Trump. O presidente Lula já criticou o republicano em diversas ocasiões e disse que ele “não foi eleito para ser o imperador do mundo”.

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