E deixa vazar que poderá ficar no governo, até o fim do mandato, para apoiar outro candidato

Segundo informa O Globo, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, do PSB, está decidido a cumprir o mandato até o último dia para evitar que seu vice, o petista Felipe Camarão, assuma o Palácio dos Leões em abril do ano que vem, quando ele teria que deixar o posto para ser candidato a senador em outubro.
O texto lembra que o PT lançou Camarão à sucessão de Brandão no mês passado, alegando ser uma “questão de justiça”, em razão da campanha anterior. Ou seja: havia um acordo entre eles – que teria sido costurado pelo governador à época, Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal – pelo qual Brandão se afastaria ano que vem para se candidatar ao Senado, Felipe Camarão assumiria o governo e disputaria no cargo a eleição para governador do Estado.
Tudo bonitinho, mas, como diz o brasileiro, de lá para cá, muita água rolou debaixo da ponte ou nos porões dos Leões, e o que valia em 2022 poderá não mais se configurar em 2026. Isso prova, mais uma vez, que o tempo é inimigo de acordos políticos de longo prazo, principalmente quando estão em jogo o poder e o dinheiro…
A desculpa do atual mandatário do Palácio dos Leões é de que o grupo político de Dino não teria aceito a sugestão recente da indicação de um nome para ser vice na chapa do petista Felipe Camarão. É que o grupo dinista entende que, se aceitar a proposta do grupo de Brandão, este poderá fazer barba, cabelo e bigode: além de abocanhar uma das vagas de senador em disputa, teria o sobrinho Orleans Brandão como vice durante os quatro anos seguintes ao atual ciclo político estadual, com o encargo de ‘guardar’ a vaga de governador, em 2030, para quem? Para Carlos Orleans Brandão. Aí seria o recomeço de uma nova oligarquia no Maranhão.
Mas isso ainda teria que ser combinado com boa parte dos políticos maranhenses e, principalmente com o eleitor.
Com essa decisão de permanecer no comando do Estado, até o fim do seu mandato, Brandão mandou dizer que só definirá quem vai apoiar para a sua sucessão apenas em 2026, mas é notório que ele move céus e terras para que o candidato seja o sobrinho. E até já foram providenciadas algumas pesquisas para inflar o nome de Orleans, já que sua aceitação popular ainda seria pífia.
No outro lado, há quem incentive Camarão a ser candidato a governador em qualquer circunstância, nem que seja só pra colocar o ventilador na farofa dos brandonistas…